Descubra como lidar com a dislexia na escola - Palavras Abertas
WhatsApp

Descubra como lidar com a dislexia na escola

BLOG

Você está: Palavras Abertas . Blog . Educação . Descubra como lidar com a dislexia na escola

Descubra como lidar com a dislexia na escola

Nos últimos anos, a inclusão tem sido pauta cada vez mais presente nas discussões sobre educação. Com isso, as escolas procuram se adequar às necessidades das crianças para prestar um bom atendimento. Um dos desafios desse contexto é lidar com a dislexia na escola.

Essa é uma das condições de aprendizagem mais comuns entre os alunos. Assim, é um desafio para as crianças, pais, professores e instituições de educação. Mas com o trabalho conjunto fica mais fácil superar as dificuldades e garantir o desenvolvimento da criança.

Quer saber como fazer isso da melhor forma? Acompanhe as informações que trouxemos neste post!

O que é a dislexia?

É um transtorno de aprendizagem que afeta a capacidade da criança de apreender conteúdos escolares. A dislexia compromete especificamente a área da linguagem, gerando prejuízos na aquisição e interpretação da escrita.

Isso acontece porque o cérebro do disléxico apresenta alterações neurológicas na codificação, no processamento e na representação das informações linguísticas. Nas pessoas com essa condição, os neurônios enfrentam dificuldades para processar os domínios neurolinguísticos e fonológicos.

Na prática, isso significa que a pessoa com dislexia precisam superar obstáculos ao aprender a leitura e escrita (algumas têm dificuldade também na linguagem oral). Os sintomas podem incluir: problemas para reconhecer e soletrar palavras, lentidão na leitura, equívocos na interpretação e troca de letras na escrita.

As causas da dislexia são biológicas e a carga genética é um dos principais aspectos envolvidos. Além dela, também podem gerar o transtorno algumas alterações cerebrais, retardos no desenvolvimento do sistema nervoso central e problemas na comunicação entre os neurônios.

Em geral, o diagnóstico da dislexia acontece na escola, principalmente na fase da alfabetização. Embora os sintomas já estivessem presentes, é nessa época que as dificuldades ficam mais claras. Afinal, as capacidades neurolinguísticas do aluno passam a ser trabalhadas mais diretamente.

É muito importante que a equipe de educação e a família estejam atentas ao desenvolvimento da criança. Isso evita que os sinais da dislexia na escola sejam confundidos com desinteresse, preguiça ou dificuldade de aprendizagem. Identificar o transtorno é essencial para saber como ajudar o disléxico.

Como se expressa a dislexia na escola?

Sintomas na oralidade

Os sinais na linguagem oral são mais evidentes em bebês e crianças bem pequenas, que estão na fase de aprender a falar. Nos que têm dislexia, há um atraso na aquisição da fala e a aprendizagem se dá de forma mais lenta e irregular.

Além disso, a criança muitas vezes não entende o que foi dito a ela, não pronuncia as palavras corretamente e tem dificuldade para memorizar o vocabulário que aprendeu. Também é possível notar desinteresse por brincadeiras orais e problemas de adaptação à rotina e às atividades da creche.

Sintomas na leitura

Como a criança com dislexia tem especificidades no processamento fonológico, é mais perceptível a dislexia na escola quando se analisa a aprendizagem da leitura. Crianças disléxicas vão ler em um ritmo muito lento e cometer vários erros. Muitas mantêm a leitura silabada por um longo tempo.

Além dos erros no reconhecimento de palavras, a dislexia compromete também a interpretação das ideias do texto. Geralmente, as crianças levam muito tempo para fazer as tarefas da escola e cometem vários equívocos nas respostas, por não entenderem ao certo o que a questão pedia.

Ao pedir que a criança leia em voz alta, o professor pode perceber que ela omite ou adiciona palavras sem sentido nas frases, inverte letras ou lê na direção oposta. Assim, se torna difícil para ela interpretar corretamente o texto. Devido aos erros cometidos, é muito comum que a criança tenha vergonha de participar de leituras coletivas na sala.

Sintomas na escrita

As dificuldades que aparecem na leitura se repetem quando a criança precisa escrever. Há a troca de letras ou sílabas, falta de nexo entre as frases da redação, confusão entre grafemas e fonemas, diversos erros de ortografia e omissão de letras ou palavras. A dislexia também pode ser percebida na caligrafia irregular e desorganizada.

O texto escrito por uma pessoa disléxica é de difícil leitura. Além dos erros de português, há também a irregularidade nas ideias — pode acontecer, por exemplo, da criança saltar de um assunto para o outro sem fazer uma ligação entre eles.

Que estratégias o professor pode utilizar?

A dislexia é um transtorno sem cura, mas com o tratamento de qualidade a pessoa pode superar muitos desafios. Nessa tarefa, a escola ocupa um espaço fundamental. É muito importante que o professor saiba lidar com as dificuldades do aluno e utilize estratégias adequadas para impulsionar a aprendizagem dele.

O primeiro aspecto que precisa ficar claro para a escola é que a criança tem comprometimento no processamento da linguagem e não em suas capacidades cognitivas e inteligência. Assim, ela pode participar ativamente das atividades educativas e da vida produtiva no futuro, desde que conte com algumas adaptações.

Para ajudar a pessoa disléxica a aprender e se desenvolver na área da linguagem, a escola precisa respeitar suas dificuldades e investir em metodologias mais interessantes e criativas. Dessa forma, a criança se sente mais estimulada, já que os métodos tradicionais são desinteressantes e difíceis para alguém com dislexia.

Veja algumas dicas do que pode ser feito para incluir a criança disléxica na escola:

  • estimular o gosto pela leitura por meio de livros atrativos ao aluno;
  • fazer uso de jogos, recursos tecnológicos e outros materiais interessantes;
  • evitar trabalhar com exercícios repetitivos;
  • não expor a criança a momentos constrangedores, como a leitura em voz alta diante de todos os colegas;
  • ter atenção especial ao passar as orientações de uma atividade — expressar-se de forma clara e objetiva;
  • verificar se o aluno conseguiu compreender o que foi pedido na sua fala ou em uma questão escrita;
  • respeitar o ritmo da criança e oferecer mais tempo para que ele termine suas tarefas;
  • preferir colocar textos curtos e utilizar também linguagens não verbais nas avaliações;
  • ler em voz alta ou fazer avaliação oral sempre que necessário;
  • preparar uma sala separada para que a criança faça as provas, caso ela tenha dificuldades para se concentrar.

Em resumo: para atender a dislexia na escola é preciso conhecer as dificuldades do aluno, respeitar suas peculiaridades e adaptar o currículo e os métodos pedagógicos para melhor atendê-lo. A criança se desenvolve muito melhor quando conta com o apoio de pessoas que respeitam e acreditam nela!

E então, este post ajudou você? Que tal acompanhar mais conteúdos como este? Curta nossa página no Facebook e tenha acesso às nossas publicações!


Compartilhe essa matéria:

Confira o nosso instagram